sexta-feira, 9 de março de 2012

Celpa, do Grupo Rede, pede recuperação judicial

A Celpa é uma das distribuidoras com pior desempenho do Grupo Rede Energia e tinha uma dívida de curto prazo de 1,4 bilhão de reais


São Paulo - A Celpa, distribuidora de energia elétrica do Estado do Pará controlado pelo Grupo Rede Energia, entrou com pedido de recuperação judicial, informou a companhia em fato relevante nesta terça-feira.

 
"A despeito dos esforços da administração junto a credores e potenciais investidores, o pedido de recuperação judicial mostrou-se inevitável diante do agravamento da situação de crise econômico-financeira da Celpa e do imperativo de proteger a continuidade dos serviços públicos por ela prestados", informa a empresa.
Segundo o comunicado a medida visa proteger o valor dos ativos da Celpa, atender aos interesses dos credores, na medida dos recursos disponíveis e manter a continuidade das atividades da companhia.

A Celpa é uma das distribuidoras com pior desempenho do Grupo Rede Energia e segundo o balanço patrimonial fechado em setembro de 2011, tinha uma dívida de curto prazo de 1,4 bilhão de reais e de longo prazo também no mesmo valor.
Uma fatia de 54 por cento do acionista majoritário da Rede Energia, Jorge Queiroz Jr, está a venda em uma operação da qual o grupo AES e a a chinesa State Grid já desistiram, diante dos riscos regulatórios e do preço pedido pela participação.
A CPFL ainda estaria conversando com o grupo, segundo fontes, mas analistas chegaram a afirmar que a venda desmembrada dos ativos de distribuição poderia atrair mais interessados.
A Rede Energia também convocou uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para 19 de março, na qual serão discutidas contratações de assessorias especializadas para propor alternativas à superação da crise econômico-financeira da companhia.
O pedido de recuperação judicial ocorre no momento em que empresas do setor de distribuição discutem os efeitos das novas regras do terceiro ciclo de revisão tarifária em suas receitas, com expectativa de que haja redução.
A Celpa, no entanto, não deu detalhes, sobre se esse fator teria ajudado a motivar o pedido de recuperação judicial.

(Por Anna Flávia Rochas)

FONTE: http://www.economia.estadao.com.br