sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Mosquitos


São Paulo promove ação de combate ao Aedes aegypti em parques públicos
Publicado em 30/11/2018 - 16:14
Por Lucas Scatolini* São Paulo




Uma ação de combate ao Aedes aegypti está sendo realizada nesta sexta-feira (30) nos parques públicos localizados na capital paulista. O objetivo da ação é eliminar criadouros do mosquito transmissor dos vírus da dengue, zika e chikungunya.

Durante toda a sexta-feira, agentes da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), com apoio da Secretarias de Estado da Saúde e do Meio Ambiente farão varreduras nos parques Juventude e Horto Florestal, na zona norte; Guarapiranga, na zona sul; e Villa Lobos e Água Branca. na zona oeste.

A iniciativa integra a campanha estadual Todos juntos contra o Aedes aegypti, que mobilizou mais de 25 mil agentes estaduais e municipais em ações de campo para atuar na Semana Nacional de Mobilização Contra o Aedes aegypti, iniciada na última segunda-feira (26).

A proposta da iniciativa é mobilizar órgãos públicos e a sociedade civil para trabalhar em conjunto com ações educativas e de campo, sobretudo em municípios e áreas com maiores índices de infestação do Aedes aegypti, através da conscientização da população quanto à importância da eliminação dos focos de proliferação do mosquito.

Estatísticas
Segundo o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) realizado em outubro e novembro, dos 638 municípios avaliados, 406 apresentam situação satisfatória, 190 estão em alerta e 42 em risco.

Os dados referentes aos municípios de São Paulo, com base em informações da Secretaria estadual de Saúde, colhidas por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), mostram que o número de casos de dengue no estado caiu 99% em dois anos: de 678.031 em 2015, para 162.497 em 2016, e 6.269 em 2017. Neste ano, até 6 de novembro, foram confirmados 9.181 casos autóctones da doença.

Quanto à chikungunya, São Paulo registrou neste ano 209 casos autóctones. No ano passado inteiro, foram confirmados 354 casos. No caso da zika, até agora foram confirmados 123 casos autóctones – em 2017, foram 121 registros.

*Estagiário sob supervisão de Nádia Franco
Texto corrigido às 17h14: a operação está sendo realizada hoje, sexta-feira, e não sábado
Edição: Nádia Franco

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Doenças humanas


Vírus da gripe deixa paciente sujeito a desenvolver pneumonia

Publicado em 30/10/2018 - 07:42
Por Camila Boehm - Repórter da Agência Brasil São Paulo





Uma pessoa infectada com vírus da gripe está mais propensa a desenvolver uma pneumonia – infecção pela bactéria pneumococo – do que aquela que não contraiu a gripe.

A  conclusão é de estudo realizado pelo Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (CRID) da Universidade de São Paulo - USP -, financiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Faculdade de Medicina Tropical de Liverpool (Reino Unido).

Campanhas de vacinação ajudam a evitar a propagação da gripe     (Arquivo/Marcello Casal jr/Agência Brasil)

A bactéria pneumococo pode ser encontrada no nariz de uma pessoa, mas não necessariamente provoca a doença no paciente.

Conforme explicam pesquisadores, para haver pneumonia a bactéria precisa estar no pulmão.

“O corpo naturalmente mata ou evita que o pneumococo - que está colonizado no nariz - vá para o pulmão e cause pneumonia. Pessoas que estão com sistemas imunológicos normais geralmente não têm pneumonia, apesar de ter essa colonização [da bactéria], ou seja, apesar de expostas ao pneumococo”, disse Helder Nakaya, pesquisador e professor da Faculdade de Ciências de Farmacêuticas da USP.

No entanto, por algum motivo, principalmente em pacientes mais vulneráveis, a bactéria sai do nariz e é transportada para o pulmão.

Vírus da gripe
O estudo mostrou que, por causa do vírus da gripe, houve um grande aumento das bactérias do nariz dos voluntários que participaram do estudo.

Os mecanismos imunológicos para combater a colonização de pneumococos já tinham sido estudados em camundongos, mas eram ainda pouco conhecidos em humanos.

 “Conseguimos mostrar que, quando o vírus da gripe infecta a região nasal, a colonização [de pneumococo] aumenta e a chance de isso virar uma pneumonia também aumenta. Conseguimos mostrar que a gripe realmente torna você mais suscetível a pegar pneumonia”, disse Nakaya.

Segundo ele, a infecção pelo vírus da gripe causa uma supressão do sistema imune, a bactéria da pneumonia se instala em maior número e a chance de ela ir para o pulmão é maior.

O professor ressalta a importância da pesquisa para que se possa pensar em estratégias de tratamento e prevenção da pneumonia.

Devido a essa relação, Nakaya alerta também para os efeitos da vacina contra a gripe se estenderem na prevenção da pneumonia. “Se você evita ter a gripe, você evitar ter pneumonia também. A vacina da gripe é importante justamente para não deixar o vírus da gripe se estabelecer e causar enfraquecimento da imunidade e permitir que o pneumococo colonize”, finalizou.

Edição: Kleber Sampaio