quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Doenças humanas


Vírus da gripe deixa paciente sujeito a desenvolver pneumonia

Publicado em 30/10/2018 - 07:42
Por Camila Boehm - Repórter da Agência Brasil São Paulo





Uma pessoa infectada com vírus da gripe está mais propensa a desenvolver uma pneumonia – infecção pela bactéria pneumococo – do que aquela que não contraiu a gripe.

A  conclusão é de estudo realizado pelo Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (CRID) da Universidade de São Paulo - USP -, financiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Faculdade de Medicina Tropical de Liverpool (Reino Unido).

Campanhas de vacinação ajudam a evitar a propagação da gripe     (Arquivo/Marcello Casal jr/Agência Brasil)

A bactéria pneumococo pode ser encontrada no nariz de uma pessoa, mas não necessariamente provoca a doença no paciente.

Conforme explicam pesquisadores, para haver pneumonia a bactéria precisa estar no pulmão.

“O corpo naturalmente mata ou evita que o pneumococo - que está colonizado no nariz - vá para o pulmão e cause pneumonia. Pessoas que estão com sistemas imunológicos normais geralmente não têm pneumonia, apesar de ter essa colonização [da bactéria], ou seja, apesar de expostas ao pneumococo”, disse Helder Nakaya, pesquisador e professor da Faculdade de Ciências de Farmacêuticas da USP.

No entanto, por algum motivo, principalmente em pacientes mais vulneráveis, a bactéria sai do nariz e é transportada para o pulmão.

Vírus da gripe
O estudo mostrou que, por causa do vírus da gripe, houve um grande aumento das bactérias do nariz dos voluntários que participaram do estudo.

Os mecanismos imunológicos para combater a colonização de pneumococos já tinham sido estudados em camundongos, mas eram ainda pouco conhecidos em humanos.

 “Conseguimos mostrar que, quando o vírus da gripe infecta a região nasal, a colonização [de pneumococo] aumenta e a chance de isso virar uma pneumonia também aumenta. Conseguimos mostrar que a gripe realmente torna você mais suscetível a pegar pneumonia”, disse Nakaya.

Segundo ele, a infecção pelo vírus da gripe causa uma supressão do sistema imune, a bactéria da pneumonia se instala em maior número e a chance de ela ir para o pulmão é maior.

O professor ressalta a importância da pesquisa para que se possa pensar em estratégias de tratamento e prevenção da pneumonia.

Devido a essa relação, Nakaya alerta também para os efeitos da vacina contra a gripe se estenderem na prevenção da pneumonia. “Se você evita ter a gripe, você evitar ter pneumonia também. A vacina da gripe é importante justamente para não deixar o vírus da gripe se estabelecer e causar enfraquecimento da imunidade e permitir que o pneumococo colonize”, finalizou.

Edição: Kleber Sampaio



sábado, 6 de outubro de 2018

Humanos mais saudáveis







OMS: 1 bilhão de pessoas são tratadas contra doenças negligenciadas
Na lista, estão filariose linfática, esquistossomose e oncocercose
Publicado em 04/10/2018 - 09:44
Por Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil Brasília







Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo foram medicadas em 2017 para se proteger de pelo menos uma das cinco principais doenças tropicais negligenciadas que possuem tratamento preventivo atualmente. Na lista, estão a filariose linfática, a oncocercose, a helmintíases transmitidas pelo solo, a tracoma e a esquistossomose.

A esquistossomose tem o caramujo como hospedeiro intermediário - Keila Maia (CPqRR/Fiocruz Minas)

De acordo com a entidade, esse é o terceiro ano consecutivo que o marco é alcançado. “Entregar mais de 1 bilhão de tratamentos todos os anos envolve a gestão de medicamentos anti-helmínticos [drogas utilizadas no tratamento de parasitoses] e antibióticos doados pela indústria farmacêutica”, destacou a OMS.

A distribuição dos tratamentos envolveu, ao todo, 170 carregamentos de 1.889 toneladas a 80 países. Dados da entidade mostram que campanhas desse modelo levaram à eliminação da filariose linfática, também conhecida como elefantíase, no Camboja, nas Ilhas Cook, no Egito, nas Maldivas, nas Ilhas Marshall, no Sri Lanka, na Tailândia, no Togo, em Tonga e em Vanuatu.

O tracoma ou conjuntivite granulomatosa foi eliminado, como problema de saúde pública, no Camboja, em Gana, no Irã, na República Democrática Popular do Laos, no México, no Marrocos, no Nepal e em Omã. Já a oncocercose, também chamada de cegueira dos rios ou mal do garimpeiro, foi eliminada na Colômbia, no Equador, na Guatemala e no México.

“Uma melhor coordenação, fornecimento e entrega têm sustentado o progresso na implementação de programas de eliminação de doenças, contribuindo para a cobertura universal da saúde, permitindo que milhões de pessoas se beneficiem de campanhas de tratamento em larga escala cuidadosamente planejadas”, concluiu a OMS.
Saiba mais
Edição: Talita Cavalcante