terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Aposta do Brasil, vacina de Oxford ainda não tem aval da UE

 Aposta do Brasil, vacina de Oxford ainda não tem aval da UE

Vice-diretor da agência de medicamentos do bloco diz que faltam dados e pedido de registro. No Brasil, Fiocruz aguardará aval da Anvisa para produzir o imunizante.

Logo da AstraZenica
Imunizante produzido por AstraZeneca e Oxford é a maior aposta do governo brasileiro contra a covid-19

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) provavelmente não será capaz de conceder em janeiro o registro para a vacina contra a covid-19 desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, afirmou o vice-diretor executivo do órgão, Noel Wathion.

"Eles ainda nem fizeram o pedido para nós", disse Wathion em entrevista ao jornal belga Nieuwsblad publicada nesta terça-feira (29/12).

Segundo ele, a agência responsável por aprovar medicamentos e vacinas do bloco europeu recebeu apenas algumas informações sobre a vacina.

"Não é o suficiente nem para garantir uma licença provisória", afirmou. "Precisamos de dados adicionais sobre a qualidade da vacina. E, depois disso, a empresa precisa solicitar o registro formalmente".

Isso, de acordo com Wathion, faz com que uma aprovação em janeiro seja "improvável".

Imunizante no Brasil

A vacina de Oxford/AstraZeneca é a principal aposta do governo brasileiro para imunizar a população do país, que já pagou para receber no primeiro semestre de 2021 o princípio ativo para 100 milhões de doses e transferir a tecnologia de produção para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

previsão atual da Fiocruz é entregar ao Sistema Único de Saúde (SUS) o primeiro lote da vacina, com 1 milhão de doses, na semana de 8 de fevereiro. A partir da última semana de fevereiro, a entidade projeta entregar 3,5 milhões de doses semanais.

A disponibilização da vacina no Brasil depende ainda de aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A Fiocruz já submeteu a maior parte dos dados à agência e espera concluir o envio no início do próximo ano, com a expectativa de receber o aval do órgão no final de janeiro.

A lei 13.979, que regula o enfrentamento à pandemia no Brasil e entrou em vigor em fevereiro, estabelece que, caso a Anvisa não autorize o uso emergencial de uma vacina em 72 horas após o pedido, os gestores de saúde podem importar e usar imunizantes que já tenham sido aprovados pelas autoridades sanitárias da União Europeia, dos Estados Unidos, da China e do Japão.

Em 19 de dezembro, a Câmara aprovou mudanças na lei para autorizar também o aproveitamento de decisões tomadas por agências de outros cinco países: Canadá, Reino Unido, Coreia do Sul, Rússia e Argentina. O texto ainda precisa ser analisado pelo Senado.

Na semana passada, a AstraZenca afirmou que sua vacina deve ser efetiva também contra a nova cepa do coronavírus e que estava pesquisando o impacto da mutação.

A empresa já enviou um pacote de dados completo para pedir o registro da vacina à agência de medicamentos britânica, segundo o ministro de Saúde do Reino Unido, Matt Hancock.

 

Noticia: dw.com

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Anvisa certifica fábrica da Coronavac na China

Anvisa certifica fábrica da  Coronavac na China 

Técnicos da Anvisa e observadores do Instituto Butantan visitaram instalações do laboratório chinês Sinovac. Certificado de boas práticas de fabricação é pré-requisito para pedidos de aprovação de imunizantes no Brasil. 


Funcionário do laboratório chinês Sinovac analisando doses numa fábrica em Pequim


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu nesta segunda-feira (21/12) a certificação de Boas Práticas de Fabricação para o laboratório chinês Sinovac. Com isso, a Coronavac é a primeira vacina a receber o aval positivo de fabricação pela Anvisa. 


O certificado é resultado de uma visita feita por técnicos da Anvisa e observadores do Instituto Butantan às instalações da Sinovac na China. O grupo inspecionou a produção entre 30 de novembro e 4 de dezembro e se reuniu com executivos da empresa chinesa. 


A equipe de inspeção também visitou laboratórios da AstraZeneca, que trabalha numa vacina contra a covid-19 em parceria com a Universidade de Oxford. Um relatório sobre a visita ainda não foi divulgado. As farmacêuticas americanas Moderna e Pfizer também entregaram um pedido para receberem as certificações de boas práticas da Anvisa. 


O certificado concedido à Sinovac é válido por dois anos e é um pré-requisito protocolar para pedidos de autorização de uso emergencial e de registros definitivos para vacinas no Brasil. Com o certificado em mãos, a Sinovac e o Instituto Butantan podem entrar com o pedido de uso emergencial para a Coronavac – não houve ainda pedidos de uso emergencial de nenhum fabricante no Brasil.          


A certificação da Sinovac ocorreu no mesmo dia em que o Instituto Butantan anunciou a conclusão da terceira e última fase de testes clínicos da Coronavac. O instituto comunicou que enviaria os resultados para a Anvisa e afirmou que, "em breve, a primeira vacina brasileira contra a covid-19 estará pronta para salvar vidas". Os resultados devem ser divulgados na quarta-feira. 


O estudo clínico foi realizado com mais de 13 mil voluntários. Segundo o governo estadual de São Paulo, a terceira fase de testes da Coronavac no Brasil registrou pelo menos 170 voluntários contaminados e superou o valor mínimo de infecções para validar o ensaio clínico. 


O estudo conclusivo vai medir a taxa de eficácia da vacina ao comparar os casos de infecção com participantes que tomaram o imunizante e que receberam placebo. A taxa mínima de eficácia aceitada pela Anvisa é de 50%. 


São Paulo espera ter 10 milhões de doses antes de 2021 


Também nesta segunda-feira, o governo de São Paulo anunciou a compra de mais de 100 milhões de seringas e agulhas destinadas à vacinação com a Coronavac. 


O governador João Doria (PSDB) também manteve a previsão de iniciar a vacinação em 25 de janeiro, data em que se comemora a fundação da cidade de São Paulo. Atualmente, o estado possui 11 milhões de seringas e agulhas reservadas para a vacinação contra a covid-19. 


Na quinta-feira, o governo paulista receberá novos lotes de insumos para a produção de 5,5 milhões de doses da Coronavac, num voo vindo de Pequim. Atualmente, 3,1 milhões de doses estão armazenadas no Instituto Butantan. 


O governo de São Paulo espera receber outros dois carregamentos somando 2 milhões de doses até o final do ano – a expectativa é entrar em 2021 com cerca de 10 milhões de doses disponíveis.

 

Na semana passada, o governo federal incluiu a Coronavac no plano nacional de imunização. No entanto, o governo do estado de São Paulo ainda aguarda que a intenção de compra de doses seja formalizada pelo Ministério da Saúde. 




Noticia: dw.com

 

 
 

 

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Arrecadação federal tem melhor desempenho para novembro em seis anos


Superintendência da Receita Federal, em Brasília.

 Arrecadação federal tem melhor desempenho para novembro em seis anos

Recuperação econômica e tributos adiados melhoram resultado



A recuperação da economia e o pagamento de tributos adiados no início da pandemia de covid-19 fizeram a arrecadação federal ter, em novembro, o melhor desempenho para o mês em seis anos. No mês passado, o governo federal arrecadou R$ 140,101 bilhões, alta de 7,31% em relação a novembro de 2019 descontada a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). 


De janeiro a novembro, o governo federal arrecadou R$ 1,32 trilhão. Apesar do repique nos últimos meses, a arrecadação acumula queda de 7,95% em relação ao mesmo período do ano passado, também em valores corrigidos pelo IPCA. Gradualmente, o desempenho da arrecadação acumulada melhora. De janeiro a julho, o encolhimento nas receitas chegou a 15,16% na mesma comparação. 


Segundo a Receita Federal, a recuperação de setores da economia, principalmente da produção industrial e do comércio, ajudou a impulsionar a arrecadação em novembro. Isso compensou a queda na arrecadação dos serviços e das importações. Além disso, o pagamento de tributos suspensos no primeiro semestre ajudou a impulsionar a arrecadação em R$ 14,77 bilhões no mês passado. 


A arrecadação do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) subiu 19,46% acima da inflação em novembro na comparação com o mesmo mês de 2019. Além do crescimento da venda de bens, o tributo reflete o pagamento de PIS/Cofins suspenso no início da pandemia de covid-19. 


A arrecadação com as receitas previdenciárias aumentou 10,58% na mesma comparação, beneficiada pelo aumento do emprego formal nos últimos meses. A arrecadação de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) aumentou 9,66% acima da inflação, beneficiada por um recolhimento atípico de R$ 1,2 bilhão em novembro. Alegando respeito ao sigilo fiscal, a Receita Federal não informou em que setor da economia ocorreu o pagamento extraordinário de IRPJ/CSLL. 

 

Noticia: Agência Brasil