(PSICOSE MANÍACO-DEPRESSIVA)
Sinônimos e nomes relacionados:
Comum em políticos hipomaníacos, atenção!
Psicose maníaco-depressiva, transtorno ou doença afetivo
bipolar, incluindo tipos específicos de doenças ou transtornos do humor, como
ciclotimia, hipomania e transtorno misto do humor.
O que é a doença bipolar do humor:
Até bem pouco tempo conhecida como psicose
maníaco-depressiva, a doença bipolar do humor é caracterizada por períodos de
um quadro depressivo, geralmente de intensidade grave, que se alternam com períodos
de quadros opostos à depressão, isto é, a pessoa apresenta-se eufórica, com
muitas atividades, às vezes fazendo muitas compras ou efetuando gastos
financeiros desnecessários e elevados, com sentimento de onipotência, quase
sempre acompanhados de insônia e falando muito, mais que seu habitual. Esse
quadro é conhecido como mania. Tanto o período de depressão quanto o da mania
podem durar semanas, meses ou anos. Geralmente a pessoa com essa doença tem,
durante a vida, alguns episódios de mania e outros de depressão. É importante
ficar claro que mania, no sentido médico, é diferente de mania para o leigo,
significando para este hábitos que a pessoa sempre repete.
O que causa a doença bipolar do humor:
A base da causa para a doença bipolar do humor não é
inteiramente conhecida, assim como não o é para os demais distúrbios do humor.
Sabe-se que os fatores biológicos (relativos a neurotransmissores cerebrais),
genéticos, sociais e psicológicos somam-se no desencadeamento da doença. Em
geral, os fatores genéticos e biológicos podem determinar como o indivíduo
reage aos estressores psicológicos e sociais, mantendo a normalidade ou
desencadeando doença. O transtorno bipolar do humor tem uma importante
característica genética, de modo que a tendência familiar à doença pode ser
observada.
Como se manifesta a doença bipolar do humor:
O mais chamativo da doença bipolar do humor são os episódios
de mania que podem alternar-se, geralmente ao longo dos anos, com a depressão.
Os episódios começam a manifestar-se em geral por volta dos 15 a 25 anos de idade, com
muitos casos de mulheres podendo ter início entre os 45 e 50 anos. A freqüência
em homens e mulheres, contudo, é a mesma.
A pessoa apresentando o quadro de mania mostra um humor
anormal e persistentemente elevado, expansivo, excessivamente eufórico e
alegre, às vezes com períodos de irritação e explosões de raiva, contrastando
com um período de normalidade, antes da doença manifestar-se. Além disto, há
uma auto-estima grandiosa (com a pessoa sentindo-se poderosa e capaz de tudo),
com necessidade reduzida de dormir (a pessoa dorme pouco e sente-se
descansada), apresentando-se muito falante, às vezes dizendo coisas
incompreensíveis (pela rapidez com que fala), não se fixando a um mesmo assunto
ou a uma mesma tarefa a ser feita.
De que outras formas a doença bipolar do humor pode se
manifestar:
Existem três outras formas através das quais a doença bipolar
do humor pode se manifestar, além de episódios bem definidos de mania e
depressão.
Uma primeira forma seria a hipomania, em que também ocorre
estado de humor elevado e expansivo, eufórico, mas de forma mais suave. Um
episódio hipomaníaco, ao contrário da mania, não é suficientemente grave para
causar prejuízo no trabalho ou nas relações sociais, nem para exigir a
hospitalização da pessoa.
Uma segunda forma de apresentação da doença bipolar do humor
seria a ocorrência de episódios mistos, quando em um mesmo dia haveria a
alternância entre depressão e mania. Em poucas horas a pessoa pode chorar,
ficar triste, sentindo-se sem valor e sem esperança, e no momento seguinte
estar eufórica, sentindo-se capaz de tudo, ou irritada, falante e agressiva.
A terceira forma da doença bipolar do humor seria aquela
conhecida como transtorno ciclotímico, ou apenas ciclotimia, em que haveria uma
alteração crônica e flutuante do humor, marcada por numerosos períodos com
sintomas maníacos e numerosos períodos com sintomas depressivos, que se
alternariam. Tais sintomas depressivos e maníacos não seriam suficientemente
graves nem ocorreriam em quantidade suficiente para se ter certeza de se tratar
de depressão e de mania, respectivamente. Seria, portanto, facilmente
confundida com o jeito de ser da pessoa, marcada por instabilidade do humor.
Como se diagnostica a doença bipolar do humor:
O diagnóstico da doença bipolar do humor deve ser feito por
um médico psiquiátrico baseado nos sintomas do paciente. Não há exames de
imagem ou laboratoriais que auxiliem o diagnóstico. A dosagem de lítio no
sangue só é feita para as pessoas que usam carbonato de lítio como tratamento
medicamentoso, a fim de se acompanhar a resposta ao remédio.
Como se trata a doença bipolar do humor:
O tratamento, após o diagnóstico preciso, é medicamentoso,
envolvendo uma classe de medicações chamada de estabilizadores do humor, da
qual o carbonato de lítio é o mais estudado e o mais usado. A carbamazepina, a
oxcarbazepina e o ácido valpróico também se mostram eficazes. Um acompanhamento
psiquiátrico deve ser mantido por um longo período, sendo que algumas formas de
psicoterapia podem colaborar para o tratamento.
TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE
Personalidade é definida pela totalidade dos traços
emocionais e de comportamento de um indivíduo (caráter). Pode-se dizer que é o
"jeitão" de ser da pessoa, o modo de sentir as emoções ou o
"jeitão" de agir. Um transtorno de personalidade aparece quando esses traços
são muito inflexíveis e mal-ajustados, ou seja, prejudicam a adaptação do
indivíduo às situações que enfrenta, causando a ele próprio, ou mais comumente
aos que lhe estão próximos, sofrimento e incomodação. Geralmente esses
indivíduos são pouco motivados para tratamento, uma vez que os traços de
caráter pouco geram sofrimento para si mesmos, mas perturbam suas relações com
outras pessoas, fazendo com que amigos e familiares aconselhem o tratamento.
Geralmente aparecem no início da idade adulta e são cronificantes (permanecem
pela vida toda) se não tratados.
As causas destes transtornos geralmente são múltiplas, mas
relacionadas com as vivências infantis e as da adolescência do indivíduo.
O tratamento desses transtornos é bastante difícil e
igualmente demorado, pois em se tratando de mudanças de caráter, o indivíduo
terá de mudar o seu próprio "jeito de ser" para que o tratamento seja
efetivo.
Existem muitos tipos desses transtornos, como se vê a
seguir:
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Transtorno de Personalidade Paranóide:
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Indivíduos desconfiados, que se sentem enganados pelos
outros, com dúvidas a respeito da lealdade dos outros, interpretando ações ou
observações dos outros como ameaçadoras. São rancorosos e percebem ataques a
seu caráter ou reputação, muitas vezes ciumentos e com desconfianças
infundadas sobre a fidelidade dos seus parceiros e amigos.
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Transtorno de Personalidade Esquizóide:
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Indivíduos distanciados das relações sociais, que não
desejam ou não gostam de relacionamentos íntimos, realizando atividades
solitárias, de preferência. Pouco ou nenhum interesse em relações sexuais com
outra pessoa, e pouco ou nenhum prazer em suas atividades. Não têm amigos
íntimos ou confidentes, não se importam com elogios ou críticas, sendo frios
emocionalmente e distantes.
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Transtorno de Personalidade Esquizotípica:
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Indivíduos excêntricos e estranhos, que têm crenças
bizarras, com experiências de ilusões e pensamento e discurso extravagante.
Falta de amigos e muita ansiedade no convívio social.
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Transtorno de Personalidade Borderline:
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Indivíduos instáveis em suas emoções e muito impulsivos,
com esforços incríveis para evitar abandono (até tentativas de suicídio). Têm
rompantes de raiva inadequada. As pessoas a sua volta são consideradas
ótimas, mas frente a recusas tornam-se péssimas rapidamente, sendo desconsideradas
as qualidades anteriormente valorizadas.
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Transtorno de Personalidade Narcisista:
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Indivíduos que se julgam grandiosos, com necessidade de
admiração e que desprezam os outros, acreditando serem especiais e explorando
os outros em suas relações sociais, tornando-se arrogantes.
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Transtorno de Personalidade Anti-social:
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Indivíduos que desrespeitam e violam os direitos dos
outros, não se conformando com normas. Mentirosos, enganadores e impulsivos,
sempre procurando obter vantagens sobre os outros. São irritados,
irresponsáveis e com total ausência de remorsos, mesmo que digam que têm,
mais uma vez tentando levar vantagens.
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Transtorno de Personalidade Histriônica:
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Indivíduos facilmente emocionáveis, sempre em busca de
atenção, sentindo-se mal quando não são o centro das atenções. São sedutores,
com mudanças rápidas das emoções. Tentam impressionar aos outros, fazendo uso
de dramatizações, e tendem a interpretar os relacionamentos como mais íntimos
do que realmente são.
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Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsiva:
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Indivíduos preocupados com organização, perfeccionismo e
controle, sempre atento a detalhes, listas, regras, ordem e horários.
Dedicação excessiva ao trabalho, dão pouca importância ao lazer. Teimosos,
não jogam nada fora ("pão-duro") e não conseguem deixar tarefas
para outras pessoas.
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Transtorno de Personalidade Esquiva:
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Indivíduos tímidos (exageradamente), muito sensíveis a
críticas, evitando atividades sociais ou relacionamentos com outros,
reservados e preocupados com críticas e rejeição. Geralmente não se envolvem
em novas atividades, vendo a si mesmos como inadequados ou sem atrativos e
capacidades.
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Transtorno de Personalidade Dependente:
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Indivíduos que têm necessidade de serem cuidados,
submissos, sempre com medo de separações. Têm dificuldades para tomar
decisões, necessitam que os outros assumam a responsabilidade de seus atos,
não discordam, não iniciam projetos. Sentem-se muito mal quando sozinhos,
evitando isso a todo custo.
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O tratamento desses transtornos baseia-se na Psicoterapia (de
orientação analítica ou comportamental na maioria dos casos) e Psicanálise.
Algumas vezes deve-se também tratar outros transtornos que se desenvolvem juntamente
com esses, e na maioria das vezes, por causa desses. Aparece comumente
depressão e ansiedade associados a esses transtornos. A procura pelo
atendimento é geralmente estimulada pelos amigos e familiares, que são muito
mais incomodados pelo transtorno que o próprio indivíduo. Não se pode esquecer
que muitas dessas características fazem parte dos traços normais de muitos
indivíduos, e somente quando esses traços são muito rígidos e não adaptativos é
que constituem um transtorno.
TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA
O que é?
O transtorno de ansiedade generalizada é uma preocupação
exagerada que pode abranger diversos eventos ou atividades da vida da pessoa.
Pode vir acompanhado por uma variedade de sintomas como irritabilidade, tensões
musculares, perturbações no sono, entre outros. Costuma causar um
comprometimento significativo no funcionamento social ou ocupacional da pessoa,
podendo gerar um acentuado sofrimento.
O que se sente?
A pessoa pode sentir tremores, inquietação, dor de cabeça,
falta de ar, suor em excesso, palpitações, problemas gastro-intestinais,
irritabilidade e facilidade em alterar-se. Esses sintomas podem ocorrer na
maioria dos dias por pelo menos seis meses. É muito difícil controlar a
preocupação, o que pode gerar um esgotamento na saúde física e mental do
indivíduo.
Como se faz o diagnóstico?
Como os sintomas podem ser os mais diversos e vários aspectos
podem estar comprometidos, o trabalho inicial do médico está em excluir outras
doenças que possam ter sintomas semelhantes ao transtorno de ansiedade
generalizada. Para tanto, alguns exames clínicos podem ser necessários, sendo
que mais importante do que isso é o relato detalhado de informações do
paciente.
Como se trata?
O especialista utiliza técnicas psicoterápicas de apoio.
Muitas vezes faz-se necessário o uso de medicação por um determinado período. A
maioria das pessoas experimenta uma acentuada redução da ansiedade quando lhes
é oferecida a oportunidade de discutir suas dificuldades com um profissional
experiente.
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