Falta de higiene em centros de saúde afeta 2
bilhões de pessoas
Sete mil bebês morreram, em 2017, pela inadequação no parto
Publicado em 03/04/2019 - 09:15
Por Agência Brasil Brasília
Uma em cada quatro unidades de saúde no mundo, considerando sobretudo os
países em desenvolvimento, tem problemas graves de falta de serviços básicos de
água e higiene, causando impacto em mais de 2 bilhões de pessoas. Nesses locais
não há instalações básicas para higiene das mãos e separação correta e segura
de eliminação de resíduos.
Os dados estão em um relatório divulgado hoje (3) pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) e pelo Programa Conjunto de Monitoramento do Fundo
Internacional de Emergência para a Infância das Nações Unidas para
Abastecimento de Água, Saneamento e Higiene.
Segundo o estudo, 7 mil recém-nascidos morreram em 2017, mortes que
poderiam ter sido evitadas se houvesse condições adequadas nos centros de
saúde. A OMS e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apelam para
que as autoridades públicas tomem as providências. O documento informa que os
cuidados básicos de higiene são fundamentais para prevenir infecções, reduzir a
disseminação da resistência antimicrobiana e para cuidados para o parto seguro.
Alerta
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António
Guterres, advertiu sobre as ameaças contidas na ausência de cuidados nos
centros de saúde no mundo. “Os serviços de água, saneamento e higiene nas
unidades de saúde são os requisitos mais básicos de prevenção e controle de
infecções e de atendimento de qualidade. São fundamentais para respeitar a
dignidade e os direitos humanos de todas as pessoas que procuram cuidados de
saúde e dos próprios profissionais de saúde”, ressaltou.
Estudo
A pesquisa constatou que um em cada cinco nascimentos ocorre em
situações inadequadas, pois 17 milhões de mulheres dão à luz em centros de
saúde sem as condições mínimas. “Quando um bebê nasce em um estabelecimento de
saúde sem água, saneamento e higiene adequados, o risco de infecção e morte
para a mãe e o bebê é alto”, disse a diretora executiva do Unicef, Henrietta
Fore.
“Todo parto deve ser apoiado por mãos seguras, lavadas com água e sabão,
usando equipamentos esterilizados, em ambiente limpo”, acrescentou. O
diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, também advertiu sobre os
riscos. "Imagine dar à luz ou levar seu filho doente a um centro de saúde
sem água potável, banheiros ou instalações para lavar as mãos. Essa é a
realidade de milhões de pessoas todos os dias”, afirmou.Edição: Kleber Sampaio
Tags: OMS Unicef mortes saúde parto
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